domingo, 26 de junho de 2011

Selinho/carinho...

Recebi esse selo carinhoso da @thati_Vaz , do blog http://petalasdesentimentos.blogspot.com/

E encantada com o carinho o retribuo, dividindo-o com alguns dos tantos amigos que por aqui fiz... Pena que só posso mencionar alguns...
 

De qualquer forma aceitem como um selinho de puro carinho :)




As regras são:
1. Exibir a imagem do prêmio:
2. Postar o link do blog que premiou
3.Publicar as regras.
4. Indicar 10 blogs para receberem.
5. Avisar os indicados.


Agora vou inidcar os meus blogs:

Blog de @max_psycho : http://www.maxpsycho.blogspot.com/
Blog de @_thewell : http://daremdoido.blogspot.com/
Blog de @Delikda
: http://umacombinacaoperfeita.com.br/
Blog da Catia Bosso : http://catiabossopoesias.blogspot.com/
Blog da @KikaChrys : http://kikachris.blogspot.com/
Blog da @Sil_FM : http://jardim-dos-girassois.blogspot.com/
Blog da @tatikielber : http://retratosdaalma.com.br/
Blog da @Lenasim : http://amadeirado.blogspot.com/
Blog de @DitopeloMaldito : http://ditospelomaldito.blogspot.com/ 

Blog de @IsabelaZ09 : http://apenas-isa.blogspot.com/






sábado, 11 de junho de 2011

RESSACA BEIRA A/MAR





Tarde sombria e nebulosa...

Mas, a noite passada já prometia o dia seguinte encoberto...

E entre/cobertas a menia fingia para que não se descobrissem sua saudade in/coberta...

E na quietude que fingia no corpo, a alma gritava dilacerando-o...

Calou-se: engoliu o choro que de seus olhos como rio desaguava de mansinho até seus lábios que gota a gota encontrava-se com a saliva como com o mar em sua boca...

E corpo e alma unidos eram só águas... por mar/aguados...

Os gemidos da alma, que já de ti queria partir, não foram nenhum pelo corpo parido...

Tudo sufocado, estrangulado, trancado...

Só as águas não podiam ser represadas...

Transbordavam!

E as lágrimas que degustava lhe trazia o sal... mas eram doces também...

Havia tantos que a podiam ver e consolá-la...

Mas, não queria consolo, carinhos de outros... Não havia nada fora de si que a pudesse tocar...

Já havia vívido e gritante um amor pela alma pintado...

Este era o doce que o sal adocicava!

E o corpo pela alma se deixou levar... E/levar... Levado e elevado!

Naquela tarde sombria e nebulosa, resolveu que não mais abraçaria em abstrações um amor tão delicado – obra de sua alma que o imaginava e pintava.

Decidida foi à beira-mar... E bem poucos estavam lá...



Estava frio... Muito frio...

O céu bravio respondia com nebulosas escuras às ondas que em ressacas arrebentavam nos rochedos da margem, assim como a alma da menina que sucumbia: agitada, marejada e querendo algo sólido pra se agarrar ou também arrebentar...

E de ímpeto se inspirou... Aspirou as brisas que em ondas sentia...

E tal como o criador original, no vazio que se fazia, com a areia que em seus pés sentia, pôs-se a esculpir, erguendo, dando forma, ao amado que em si vivia...

Também a areia estava úmida e fria...

Fechou os olhos para melhor visualizar a obra que em si sentia, ouvia... E sabia... Jamais esqueceria!

De punhado em punhado... Tudo dedilhado e acariciado... Assim, de areia, esculpiu como homem a estátua de seu amor...

Mas, não havia cor... O que produzira estava cinzento como o dia que a emoldurava...

Contornou os olhos de sua obra à imagem e semelhança do que sentia em sua alma e re/tocou-os para que o olhar estivesse a mirar sorrindo os seus...

Mas havia de serem mais escuros... Assim como as nuvens agora também escureciam...

Diante de ti tinha agora seu amor esculpido...

Mas, ainda faltava tanto... Sobretudo faltava-lhe vida!

E lágrimas brotaram de seus olhos... Vida chovida...

Mas ali diante de si havia mais do que jamais tivera de seu sonho que tanto quisera concretizar...

E de olhos fechados... Docemente o acariciou... Quis lhe dar seu calor...

Quase nem notou... Mas, um caco de vidro cortado e jogado por seus pés foi pisado...

Sangrou!

Encantou-se com a cor... tinta/vida que a seu amado faltou...


E enlouquecida com o caco já nas mãos... Pôs-se se a/riscando... Gota a gota a banhar seu amor!

E sentiu-lhe a vida brotar...

Largou o caco, que cacos nada mais são do que fragmentos de algo que um dia foi... Assim como àquela saudade doída de abraçar o que nunca abarcou...

Abraçou seu amor tingido de rubra cor, e assim nele aninhada... 



Chorou!

O céu de nuvens re/voltadas, de inveja talvez, se fez em bravia tempestade...

E a criatura abraçada a sua amada... Por sal e sangue banhada... Agora, era aos poucos devorada, corroída e intempestivamente pela chuva desmanchada...

E no vazio que a levara até à beira-mar... A doida sofrida se viu de repente ao nada abraçada...

Desmanchou-se em águas também e com a boca colada à areia/chão... Em carne viva e de olhos fechados, por lágrimas vazadas e por sal salpicados... Beijou o que dele restou...




Sal adocicado!

E o mar também se re/voltou!

Ah/mar que sabias tudo de si e de todos que testemunhava há/mar, amando-se!

E como supremo ser sentido... Em gigantesca onda se levantou...



Em reposta à tempestade que insensível assistia tal amor se desmanchar em tantos líquidos derramados; resolveu ele batizar e/ternamente àquele amor...

Inflou-se de ares e brisas e de um só impulso os tragou!

Viu bem o último olhar que ardia da mulher que agradecida entregou-se sem pudores a sua piedade de amor...

Levava os punhos cortados... Porém com areias em punho cerrado...

Seu último olhar antes de pela onda ser abraçada refletia a imagem do ser amado por ela carregado e sabia já como joia rara em colar inseparável, seriam no fundo do mar guardados...


Segredados!

E... Se outras testemunhas houvesse também choveriam...

E por mar/aguados chorariam...

Amor por toda uma vida por salgadas lágrimas banhado agora afagado pelo mar também de águas e sais a batizá-los dando-lhes na morte vida...

Enfim, almas libertas dos corpos que os prendiam,e agora e/ternamente no mar a/mar por toda a vida morrida...

….

sexta-feira, 3 de junho de 2011

POEIRA LÍQUIDA...



"A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos." (Manoel de Barros)

...



Sou sombras e escuridão!

Tantas e tantas tontas em mim em confusão... Fusão!

Sou razão, des/razão, loucura e paixões...

Densa, intensa, re/cortes, mosaico malcolado...
Tudo misturado!

Às vezes tateio a alma que sinto... Sinto, toco e choro... chorinho chorado, mas também sorrio e sou/rio!

Ora pântano camuflado... Alma do avesso em que se pode tocar... E tocam, e a fazem vibrar como um instrumento de cordas vibraria.

E me enforco... Sufoco... Grito em silêncios pisoteados... Por pés tocados.

E sou bicho também...

Bicho que do barro veio e lamacenta está! Mas, um dia secarei e pó também serei!

Foi dito e está escrito!

Mal-dito ou bem-dito não importa...

Sou porta aberta... Escancarada; e em mim passeiam anjos, demônios, vivos, mortos, mortos-vivos; vivos-mortos!

Me beliscam, mordem... Me acariciam, beijam... Me comem e cospem!

Às vezes sou digerida outras tantas vomitada... Nunca mais re/visitada... Sonhada, cantada; re/sentida!

Lama... Escuridão!

E sou razão! Então, enfeito tudo com flores, olores, sorrisos, palavras bem-ditas... Borboletas e beija-flores... Beija/dores!

Confusão!

Imaginação... Ilusão... Realização... estagnação...

Ação?!

Mordaça, camisa-de-força; loucura que se mascara, iluminando com escuridão!

E tudo passa... Todos passam e antes me perpassam...

Chaga que caminha... Mas, que se enxágua... Busca a fonte da dita água benta, para lavar-se dos pecados!

Haverá mesmo pecados? Haverá a bem-dita água benta? Algo bento que não seja o nome de tantos Bentos?

Arrebento-me!

Pântano... Sobre ele densa nuvem escura...

Sombra e escuridão!

Não entendo a multidão... Multidão de cidadãos que afundam sem sequer estender as mãos... E se as erguem é pra tentar uma encenação...

Mas, também sou multidão... E há nela uma menina que de olhos espantados, arregalados; chora como sentada diante de grande manada descontrolada vindo em sua direção...

Morrerá por pés tocada? Pisoteada?

E a menina flor do pântano/multidão...

Tão bela, delicada... frágil... Paradoxal!

Paradoxalmente nasceu da escuridão, mas precisa soltar-se de tão lodoso chão...

Iluminação!

És bela, destoa do lugar... Mas, tem em essência a terra deste mesmo estar... Foi de uma certa alquimia que tamanha aberração a produziu... A luz a entenderia... A terra firme talvez não!

E dentre tantas feras... Quimeras!?

Ferida aberta que grita; e a multidão se irrita com os gritos in/ternos da menina... Nem tão terna, mas a terra há de ela também enterrar!

Terras sombrias de imensos vazios lotados!

Mente De/mentes que finge, inventa cores, borboletas, flores e seus respectivos beijas... E tenta e lateja...

E mascarada sorri... in/ternamente só/rio...




Rio lamacento que escorre... Escorre e como ácido corrói!

E a multidão que a habita também grita! E xinga de esbravejar palavrões... Rosna, cisca, estufa o peito... Baba de ódio: explosão!

Implode: sangra e faz sangrar...

E o sangue se faz vinho pra bárbara multidão que em êxtase se embriaga e em orgias brindam o sangue derramado: transubstanciado...

Devaneios, sonhos, delírios... Fantasias, alucinações... Todas brindadas com o vermelho/sangue... Carmim... Vermelho/carne... Degustado no corpo escorrido de intrigante cale/se.

Torpor... Isto/por!

Saciação!

E há tantas guerras em distantes terras... e os distantes delas brindam, brincam com suas coloridas máscaras, que como densas nuvens dissimulam as densas nuvens de fortes tempestades de raios e trovões que se estampariam em crua e nua exposição...

Há guerras distantes, discutidas, planejadas... E as discutimos como grandes eruditos, escondendo nossa própria guerra inusitada... guerrilhas, terrorismos de um povo/polvo que nos habita e já não nos cabe... Não se cala. Não se adapta aos seus...

Não se com/formam... Transbordam sem possibilidade de conciliação...

Oferecer a outra face à multidão que tal multidão ultrapassa? Perpassa?

Fantasmas em pleno clarão...

Alma exposta!

E cada qual com suas almas assombradas de pensamentos vários, que sequer sabem de onde veem... De sua própria população? E esta mesma se atropela, pisoteia; massacra tanta emoção com tanques e canhões...

E de novo as máscaras!

Bombardeados... Massacrados, à beira da rendição, oferecemos flores com sorrisos e com/pressão!

E tudo isto, pra mostrar civilização? Educação? Domesticação? Autocontrole?

Que controle?

Tudo acasos e ocasos...

Hoje, sou sombra e escuridão! Sou fantasma/assombração!

E de minha multidão, alguém aqui fala e escreve... E há tantas bocas a vaiar, tantas vacas de saias a xingar, bêbedos a esbravejar... E tantos outros lacônicos... Melancólicos querendo se matar... De uma ponte se jogar! E há os homicidas que procuram a quem empurrar... Alguns loucos partidos que querem sempre mais partidas e são sempre re/partidos... Outros querem que tudo parta e se façam em partes...

Esquartejados!

E nesta confusão de sangue e terra que se faz lama avermelhada, no centro deste pântano, que um dia há de secar e poeira se tornar... Dentre tantas feras que berram...
 

A flor mais bela...
….