ALIMENTANDO A HUMANIDADE



(CADA UM A SUA MODA)

Tudo o que há O que restou São fragmentos que não mais se encaixam
Mosaico destruído Pedaços espalhados Perdidos Corroídos Digeridos
A imagem no espírito permanece Intacta Intacto
O não-entender é agora mais nítido
A carne esfacelada do corpo esquartejado já não sangra Sangrou
Na sangria O sangue sangrado não fora desperdiçado
Vampiros Desnutridos também dele se nutriram
Quando indefesos Pequenos balançavam pendurados nas tetas que
sugavam
O corpo inteiro com eles se arrastava Doava-se
E sem ais deixava-se sugar Esvaziar
Latejava
Tantos desejos
E assistiu os seus perecerem
Eram tantas bocas Tantas carências saciadas
E a arrastavam E os arrastavam
E pendurados Descansados Corpos cresciam Almas pereciam
Envaideciam
No lacto branco que das entranhas escorria Sorriam
E as presas que nasciam Nas feridas que abriam Tingiam de rubro a
saliva que lambiam
Jazia Brotando na mente a semente Incoerente
Cruel o instinto foi desperto (Des)corberto No cheiro da presa já
ferida
E em coro No couro em que batiam um eco ao longe se ouvia
Aca..............................Aca..................................Aca
Dilacerada Ao ser devorada já sabia Entendia
Que ao ser degustada Era vaca o que gemias
Sim Era vaca o que comias...