sexta-feira, 27 de maio de 2011

PONTE...

 
 
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E em seus ouvidos sentiu um doce e leve sussurrar... murmúrios líquidos que a faziam delirar...

(Havia uma brisa doce que os embriagava, enebriava e extasiava!)

Todas as palavras bem ditas foram caladas e como por magia se materializavam...

(Encantamento... Puro contentamento!)

E a alma, antes apenas descrita, agora preenchia o outro corpo com o corpo que a trazia vestida!

(E os dois corpos eram então preenchidos pelas almas ali tocadas... Com/partilhadas... Trocadas!)

E as palavras antes das mãos escapadas, agora deslizavam suavemente nos corpos sonhados... Não eram ditas nem escritas... Eram simplesmente o carinho que fluía das mesmas mãos!

(E em cada dedo um toque... Em cada toque um sentido sentido!)

Como a re/cor/dar algo pré/sentido e jamais esquecido...

E há encontros em que realmente nos (re)encontramos!

E assim apalpando, cheirando, tocando, gostando... Já colados, suados, um tão outro, que pareciam querer capturar, sugar aquele momento para sempre...

Sugavam-se, como entrelínguas ainda pouco degustavam-se... Respiravam-se! Poro a poro! E cada boca sugava da outra o néctar dos lábios beijados... e sugavam mais... como a querer sugar um ao outro, não só para dentro, mas para aquém do que até então foram...

E nos braços úmidos e quentes, eram um só abraço... O abraço que há tanto lhes havia sido negado; e há tanto sonhado...

Antes...

As almas entrelaçadas tendo os corpos afastados, de dor, entristecidas, assistiam os próprios corpos com saudade de um corpo que sequer o conhecia... E juntos, almas e corpos espiavam...

Desejavam... Latejavam!

(Agora Nus!)

Sonho!

Nus e úmidos num só abraço que já se fazia laço...

Nos olhos enternecidos não havia lugar pra despedidas!

Almas há muito perdidas... Desgarradas e sofridas, que agora jamais serão partidas!

Almas que transpiram no abraço dos corpos que as transvestem... Despidas!
 
 Amor agora sentido não mais nas entrelinhas, mas degustado entrelínguas... Com palavras mordidas e lambidas... sussurradas e sorridas.

Há sim muitos tipos de amores; e o amor entre almas é sublime... Mas há um desses amores que na distância do corpo, sucumbe de saudade... Aos poucos morre de sede, de desejo de um corpo que precisa percorrer, penetrar se apossar, empoçar! E aí então a outra alma de fato alcançar...

Abraçar!

E quem garante que há diferenças se o abraço se dá no dito real ou no sonho a transpirar... suspirar?

...

2 comentários:

  1. Isso ta me cheirando uma noitada daquelas... boa inspiração!!! rs

    Muito bom te ler!

    bj

    Catita

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  2. Como já comentei lá no PddD, ESPLÊNDIDO!!

    Não há outra palavra para definir algo tão perfeito...

    Beijos, amadinha!

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